"Caso o cotidiano lhe pareça pobre, não reclame dele,

reclame de si mesmo que não é poeta o bastante

para evocar as suas riquezas."


Rainer Maria Rilke

Cartas a um jovem poeta.Porto Alegre: L&PM,2006.p.26




domingo, 6 de maio de 2012

Vestígios

Uma casa tem as marcas do seu dono. Casa tem que ter vestígios de gente, de vida, de movimento, tem que ter a alma dos donos.
Qual será a impressão da diarista, do pedreiro, do corretor de seguro e até dos ¨assaltantes¨ quando entram nas residências?

 Imagine se algum for mais observador, vai perceber logo que uma casa extremamente arrumada, com tudo no lugar certo ou, propositalmente, colocado na decoração supõe ter só um dono ou, no máximo, ser de duas pessoas caprichosas.


Em contrapartida, uma casa cheia de móveis, um boné pendurado, algumas roupas e sapatos expostos, pratos para lavar, faz pensar numa família mais numerosa.



Um chalé, por exemplo, com livros por todos os lados, o capacete no quarto, o celular na mesa e um game esperando o ¨play¨, leva a crer que se trata de algum estudante, dividido entre os estudos e um joguinho para relaxar.



Agora se a casa tiver uma chupeta debaixo da cadeira, uma mamadeira no escorredor de louças, a bola na garagem e um carrinho no sofá da sala...não tem dúvida ou é a casa do nenê ou da vovó.




Já uma casa silenciosa, um jornal dobrado na varanda, o par de chinelos a posto, contas pagas em cima da estante e no balcão, algumas caixas de remédio pode ser a residência de idosos.



No banheiro, um hidratante, o baton no criado-mudo, o ingresso do show e o cartão bancário junto a bolsa, um netbook ligado...quem mora aqui?

É só prestar a atenção, porque a casa tem sempre os vestígios de alguém.







Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui sua opinião ou comentário.Obrigada!