"Caso o cotidiano lhe pareça pobre, não reclame dele,

reclame de si mesmo que não é poeta o bastante

para evocar as suas riquezas."


Rainer Maria Rilke

Cartas a um jovem poeta.Porto Alegre: L&PM,2006.p.26




domingo, 2 de fevereiro de 2014

A cigarra e a formiga

Entre as fábulas de Esopo está a da "Cigarra e a formiga" que, mais tarde, foi recontada por Jean de La Fontaine. Diz a história que a cigarra cantava no verão, enquanto a formiga trabalhava muito carregando folhinhas para o formigueiro como reserva de alimentos na época do frio.
No inverno a cigarra assustada com a baixa temperatura pede socorro à formiga e esta pergunta-a o que fez no verão. A cigarra responde com sinceridade dizendo que apenas cantou muito, quando então a formiga retruca-a: Então, agora dance! E deixa-a do lado de fora, morrendo de frio.


 Essa é uma das versões, porque há outra que reconhece a bondade da formiga que lhe dá asilo diante do frio intenso e pede que em troca cante para a sua comunidade de insetos.


Uma noite dessas vimos uma cigarra e lembrei da fábula e das versões.
Como professora não gostava de contar histórias com finais que incentivasse ou despertasse maus sentimentos e muitas dos contos clássicos são assim.
Por isso nesta fábula prefiro a segunda versão que torna a formiga solidária e compreensiva e ainda de uma maneira delicada e elevada mostra à cigarra como é bom pensar um pouquinho no dia de amanhã. Além do que a cigarra pode ser também útil com seu canto e sua alegria, pois nem tudo é trabalho.
A COMPREENSÃO é o melhor caminho.