"Caso o cotidiano lhe pareça pobre, não reclame dele,

reclame de si mesmo que não é poeta o bastante

para evocar as suas riquezas."


Rainer Maria Rilke

Cartas a um jovem poeta.Porto Alegre: L&PM,2006.p.26




domingo, 31 de maio de 2015

Biscoitos da paz

A Escola Vila Aparecida em Portão, cidade gaúcha, resolveu promover a paz criando uma campanha que está envolvendo cerca de 20 outras escolas do município. Não adianta combater a violência com ações que não toquem o coração das pessoas. É preciso motivar e sensibilizar a comunidade escolar para que todos se empenhem em buscar a paz tão desejada. Quantas vezes criam-se leis e normas que na prática não funcionam. Por exemplo, o uso do uniforme escolar que identifica os alunos e diferencia-os de estranhos, já que estes estão com roupas diferentes. Neste sentido algumas direções obrigam os alunos a usarem a camiseta ou abrigo escolar, quando deveriam incentivá-los a usarem e a sentirem-se orgulhosos por estamparem o nome da escola através de atividades realmente motivadoras. Quantos conflitos ocorrem pela cobrança do uniforme e que não resolvem o problema. Então conclui-se que o caminho não é obrigar ou proibir, mas incentivar e conscientizar as crianças e jovens. O mesmo acontece em relação aos cuidados com o patrimônio e o prédio escolar. Vigiar e punir somente não resolverá, tem de se buscar despertar o respeito e a valorizar o que é de todos. Parabéns à direção, professores e estudantes da Escola Vila Aparecida pela bela iniciativa a favor da paz nas escolas. Assista abaixo o áudio que noticia a campanha dos "Biscoitos da Paz" da Escola Vila Aparecida.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Um destino melhor

Por volta dos anos 60/70, o descarte do lixo doméstico era muito reduzido. Nesta época não havia tanto desperdício. As refeições eram feitas em casa, basicamente com frutas, legumes, verduras e alguma carne como complemento. As cascas destes alimentos depositadas num aterro no quintal das casas que mais tarde serviria de adubo para as mudas de árvores frutíferas ou hortas. A pouca comida que sobrava era transformada em ração para os cães. 
Algumas latas de conserva, embalagens e os papéis velhos iam para  a "lata do lixo". Não usava-se ainda os objetos e sacolas plásticas. O pão vinha embrulhado num papel branco. As compras do mercadinho eram carregadas em cestas. As garrafas de vidro eram  retornáveis. Guardava-se e usava-se tudo até que não fosse mais possível reutilizar. Muito pouco se colocava fora. Até o papel higiênico por muito tempo foi descartado diretamente no vaso sanitário e se destruía na água.
Eram poucas as embalagens e quase tudo reaproveitado. 
O lápis e o caderno só eram descartados depois da minúscula pontinha e da última folha.
Os livros eram muito caros e então arrumados com um certo orgulho nas estantes. Isso era sinal de que as pessoas eram alfabetizadas e continuavam a estudar.  
As roupas sempre reaproveitadas pelos irmãos mais novos, os primos ou os filhos dos vizinhos. As costureiras as reformavam: as camisas de manga longa se transformavam em curtas. As calças ganhavam uma falsa bainha e quando velhas viravam bermudas, dali para um short. 
Os ambientes eram perfumados justamente porque foram exageradamente limpos, lustrados e enfeitados com flores naturais como as da laranjeiras ou jasmim. As moscas e mosquitos eram espantados com canela ou incensos. 
Desta maneira não havia tantos resíduos como se tem hoje, mas o progresso chegou e mudou essa realidade. Basta observarmos a quantidade de lixo que juntamos num só dia. Se pedirmos um lanche virá um embalagem individual até para o palito de dente.
Qualquer produto eletrônico é tão embrulhado e protegido que parece uma múmia. 
O consumismo nos leva a trocar os objetos com tanta facilidade que o custo de consertá-lo não compensa.
As peças tem vida útil reduzida para nos obrigar a comprar outras.  Os modelos dos produtos são modificados a fim de que nada possa ser reaproveitado, É um desperdício sem fim. 
Recebemos as promoções das lojas e supermercados em encartes do jornal ou espalhados nas portas das casas. Com tanto recurso tecnológico deveria ser proibido entregar panfletos às pessoas. A ideia de higiene e saúde está se perdendo a medida que para mantê-las se produz tantos resíduos.
A maioria dos produtos descartáveis só o são para o nosso espaço individual pois em relação ao meio ambiente gera mais transtornos e prejuízos do que se possa imaginar. 
Se não mudarmos nossos hábitos e lutarmos contra o desperdício e o acúmulo residual, as próximas gerações não terão muito o que fazer. O destino será inevitável.

Obs: O vídeo abaixo explica com detalhes sobre os resíduos e como devemos proceder.

https://www.youtube.com/watch?v=MiuIckYJfQY