"Caso o cotidiano lhe pareça pobre, não reclame dele,

reclame de si mesmo que não é poeta o bastante

para evocar as suas riquezas."


Rainer Maria Rilke

Cartas a um jovem poeta.Porto Alegre: L&PM,2006.p.26




sábado, 22 de dezembro de 2012

ATENÇÃO!




Por motivo de
                       "FORÇA MAIOR"
                                                      o fim do mundo 
                                                                                  foi transferido para outra data
                                                                                                                                  ainda não definida.

                                                           
                                                                                                    (Ainda bem!)





quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Mix de culturas

Numa certa noite adormecemos numa cidade portuária, tranquila, influenciada pela colonização portuguesa, com um comércio expressivo de origem árabe e acostumados com um desenvolvimento a passos lentos. E de repente, acordamos sobressaltados com o PROGRESSO batendo forte e insistente na nossa porta, pedindo para entrar.  É mais ou menos assim que exemplifico a sensação que o povo da cidade de Rio Grande está vivendo atualmente.
Repentinamente, a população cresceu, o trânsito está confuso e com muitos congestionamentos, o comércio  vem faturando bastante, o sistema de saúde não consegue atender a demanda, há muitas ofertas de emprego e pouca mão de obra qualificada, enfim nossa cidade não é mais a mesma.
Nas ruas, nas escolas, nos restaurantes, por todo lugar ouve-se vários sotaques, há pessoas estranhas ao nosso convívio, que  se comportam de maneira diferente. São, geralmente, mais extrovertidas, falantes, porque estão acostumadas às regiões de clima mais quente, por isso não conhecem o frio intenso que nos torna mais quietos, reservados e tímidos. 
Lembro que no inverno as reconhecíamos facilmente, porque usavam moletons no lugar de casacos de lã, tremiam de frio, mas nem por isso abandonavam as bermudas e o chinelos tipo "havaianas", enquanto nós nos agasalhávamos com calças de lã, botas, luvas, blusões e toucas.As mulheres andam em bando com os filhos a tiracolo, porque são famílias em lugar estranho. Os homens não faltam ao "happy hour" com cerveja e a música funk, enquanto os daqui, ao final do dia, abraçam uma cuia do chimarrão, vão praticar esporte, mas voltam logo pra casa.
Para os novos habitantes, todo dia tem gosto de festa. Nós já precisamos de um bom motivo e no mínimo: um fim de semana. Acreditamos que há hora e lugar certo para tudo.
Isso é para dizer que estamos num choque cultural inevitável. Queremos o progresso, rogamos por ele, mas esquecemos das desacomodações naturais, de receber gentilmente nossas visitas.
E, hoje, lendo o jornal encontrei uma mensagem de Natal que me fez refletir. A cronista pedia ao Papai Noel assim: 
"... Se a cidade onde eu moro continuar a crescer, será mais uma benção.Mas, aqui, vou te pedir de verdade para o senhor não dormir no ponto.Muita gente veio morar aqui.Ajude-nos a ver mais o lado bom disso, culturas e hábitos diferentes com os quais haveremos de conviver, que seja, então, em paz e com respeito mútuo..." -jornalista Andréa Muller do Jornal Agora- Caderno Felizidade-p.2-dia 20/12/2012   http://www.calameo.com/read/000337975e9083942a0a4

E após a reflexão muito sensata e importante, que muitos devem fazê-la também, eu encerro pedindo que " Assim seja!"

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Amigo secreto




A troca de presentes em datas comemorativas com a brincadeira do "Amigo secreto" é sempre muito divertida.
Há sempre aquela pessoa desatenta que esquece quem tirou como amigo.Ou aquele que a gente não consegue descobrir porque guarda a sete chaves o seu segredo. Ainda tem o que, distraidamente, por uma pergunta se revela.Ou o "curioso" que fica tentando descobrir.
Geralmente, as reuniões são realizadas com certa antecedência e por meio de papéis dobradinhos (bem dobradinhos!) são entregues a cada participante, onde o célebre erro acontece: "alguém recebeu o seu próprio nome". A solução é desfazer tudo e recomeçar até que todos tenham seus amigos.
Em grandes grupos sempre há aqueles amigos mais íntimos que resolvem pedir ajuda e burlar a brincadeira: queres trocar o amigo comigo?Ou a dúvida eterna: o que eu vou dar para o meu amigo?
Para resolver estes probleminhas surgiu a sugestão de presentes com valor estipulado ou a compra de presentes considerados neutros e com o sorteio do amigo somente na hora da confraternização.
Há também as inovações: escolher para quem se quer dar; escolher o presente entre tantos embrulhos; adivinhar um número; uma palavra secreta pelo seu sinônimo; etc.
A mais divertida foi a versão: "Roubo entre amigos" que após o amigo ter recebido o presente o próximo tem a oportunidade de "recolher" o presente para si e assim, sucessivamente, de acordo com o gosto de cada um. Nesta oportunidade, eu perdi um lindo kit de sabonetes perfumadíssimos para uma amiga e uma outra colega ficou com um colar muito "brega" que foi passando de mão em mão. Em compensação, outros ganharam presentes bem interessantes como, por exemplo, uma viagem  de turismo.
Na verdade, o presente é apenas um aliado para muitas risadas e abraços.
Esse ano, aqui em casa, estamos inovando com o uso de um site que é quase uma rede social de
" Amigo secreto", onde podemos criar o nosso próprio grupo ou entrar em um grupo aberto. O sorteio é agendado e, matematicamente, cada participante recebe o nome do seu amigo com a certeza de que não será amigo de si mesmo. Além de poder sugerir seus presentes numa imensa lista programada pelo valor estipulado, mandar mensagens anônimas para seu amigo e para quem lhe tirou, escrever mensagens no mural do grupo, comentar, enfim "brincar a vontade" antes do dia da revelação.
A brincadeira do amigo secreto, além de ser alegre, é recomendada pelos economistas porque neste caso há um bom senso dos valores entre os participantes e, pelos psicólogos, porque acaba com o "stress" das compras.
Diria ainda que abdicar e aceitar que um presente é suficiente, exercita a simplicidade e nos faz perceber que estarmos juntos e com amor é o que realmente vale a pena!

Obs: Site de referência  http://www.amigosecreto.com.br

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Retrospectiva culinária

Se tem uma coisa que eu não tenho dom é para a culinária. Muitas vezes até estou motivada mas há uma distância grande entre a motivação e o talento.
Nestas ocasiões pego a receita, leio e releio, coloco os ingredientes pela ordem, mas não consigo resistir em fazer uma pequena alteração, Pronto! O bastante para mudar o resultado. Não consigo entender como uma "troquinha" insignificante pode mudar tanto. É o inverso da matemática: neste caso,       a ordem dos fatores altera o produto.
Prefiro dizer que aprecio a criatividade, por isso não sigo a risca as receitas.
Mesmo assim fiquei pensando como selecionaria algumas receitinhas para um "balanço de 2013". Vencemos as noites frias de inverno com um prato quentinho de sopinhas. 
Teve também as receitas advindas da ociosidade do Cassino que deu estímulo para ousar e tentar um pãozinho integral.Tirando estes, almoçar em restaurantes, pedir um lanche ou aquecer uma pizza foi a solução para nós dois. 

sopinha de Capeletti

Arroz com pessego

Creme de ervihas

Pão integral 



                                                    
                                                               ... Coisas de Maria.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Sentindo o Natal

Decoração natalina na praça infantil no Cassino

Muito timidamente nossa cidade e o balneário são decorados para o Natal. Algumas lojas e residências também estão enfeitadas. Nenhuma superprodução. Tudo simples, muitos enfeites feitos com material reciclável.  
Nesse ponto me identifico bastante com minha cidade. 
Acho bonitas as decorações natalinas, mas não me enchem os olhos, nem o coração.Apenas aprecio pelo colorido e  brilho, que não posso negar. Papai Noel então, só o acho muito simpático, até engraçadinho.
Já presépios de todo o tipo, esses me levam a um passeio espiritual. Sejam tradicionais, rústicos ou modernos.Fico, por exemplo,  adorando o mini-presépio que adquirimos há alguns anos.

                                     

Conheci uma vizinha que todos os anos montava um presépio enorme, rico em detalhes e depois me chamava para admirá-lo. Sempre adicionava alguma figura nova. Na sua casa viviam mais três pessoas: uma senhora idosa-sua mãe, a cunhada-viúva e o sobrinho-afilhado com a minha idade. Elas não recebiam visitas ou seja aquele lindo presépio não era para ostentar para ninguém, era apenas uma tradição daquela pequena família para celebrar o Natal-quase um altar. Isso eu acho bonito!
Vejo que num cantinho energizado por luzes de velas acompanhadas de músicas suaves são montadas algumas árvores natalinas.Belas!
Diferente de algumas casas que exageradamente brilham, são luzes piscantes numa poluição visual que ofusca nosso olhar parecendo uma vitrine de casa comercial. 
Acredito que o sentido do Natal rima com humildade, delicadeza e simplicidade, é enfeitar com o que se tem, sem exibição, primando pelos efeitos naturais e os pequenos detalhes.
Ostentação nada tem a ver com o nascimento de Jesus - o que tentamos reviver no Natal.


domingo, 2 de dezembro de 2012

Finalizações II


O período de recuperação escolar é um pré-férias: para muitos um período tenso porque antecede aos exames finais e decisivos- a aprovação para o próximo ano ou série. Para alguns, hoje, não muda nada- se não houve compromisso com os estudos durante o ano letivo, não vai ser agora que ocorrerá.
Mas, por mais incrível que possa parecer, para todos os alunos esse é um período triste e melancólico.
Aquela escola vibrante, cheia de alunos e barulhenta torna-se silenciosa, vazia e entediante, porque está descaracterizada.
Os amigos que compartilharam alegrias e até uma "colinha" não se encontram mais. Seus horários estão diferentes. O amigo alegre que fez piadas na aula e brincou muito provavelmente está quase "rodado", precisa se concentrar e estudar muito se quiser "passar de ano". O grupo de trabalhos se dispersou, cada um precisa de uma "nota X". Aquele colega muito estudioso não volta mais à escola, seu retorno está marcado somente para o ano que vem. 
Enfim, as aulas, embora digam ao contrário, praticamente acabaram. O que chamam de aulas de recuperação é o tédio da escola. Aquilo que durante o ano todos se queixam (=ter de ir para a escola) ou que almejam ao final dele (=as férias escolares) é o que, na verdade, deixa saudades para toda vida.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Finalizações

Outro dia, eu estava trabalhando e ouvi muitos gritos de alegria, corri à janela e foi isso o que vi.


A despedida dos alunos da 8ª série do Ensino Fundamental.


Se pensarmos é um dos marcos da vida escolar. Não é a toa que eles se abraçam muito, tiram várias fotos, gritam e se temperam com farinha e ovo. Postam nas redes sociais as fotos e infinitas frases carinhosas e de despedida.
Eles sabem que esses momentos nunca mais voltarão. Passam agora a ser lembranças.
Muitos jovens entraram nesta escola aos 5/6 anos de idade e estão saindo oito anos depois, outros por inúmeras circunstâncias estão completando dez anos. Sem considerar ainda que aqui perderam seus medos e conquistaram independência, foram alfabetizados, aprenderam a difícil convivência social e a  desvelar as incógnitas da matemática, a comunicar-se em inglês, a aceitar as leis da física, os mistérios da ciência, a escrever poesia e a redigir uma carta pela nova ortografia, conheceram o mundo das artes e a dinâmica do corpo.  Ganharam novos amigos e eternizaram alguns.
Estes jovens, mais tarde, terão muitas histórias para contar e uma delas será essa: o dia da despedida na frente da escola. 
Feliz aquele que teve oportunidade de estar numa escola...

Obs: Pena que eles não trocaram os alimentos(ovos e farinha) por outra coisa. Isso foi algo que ainda não aprenderam, embora as insistentes reflexões.