"Caso o cotidiano lhe pareça pobre, não reclame dele,

reclame de si mesmo que não é poeta o bastante

para evocar as suas riquezas."


Rainer Maria Rilke

Cartas a um jovem poeta.Porto Alegre: L&PM,2006.p.26




segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Bons sons


O verão no sul do Brasil é sempre esperado com muita ansiedade, porque os dias frios e úmidos no inverno são tão intensos que nos obrigam a ficar mais dentro de casa, quietos, para nos aquecer.
Agora, nesta estação, o calor e a música se intensificam. É tempo de sair, de muitos sons. Sons de pássaros, de gente, de movimentação e sons de muita música.
Desde o mês de dezembro que temos oportunidade de ouvir diferentes gêneros musicais. Essa diversidade é muito boa!
Iniciou-se pela apresentação da Orquestra- Escola Cidade do Rio Grande na avenida principal do Balneário Cassino, com o concerto natalino e o acompanhamento do coral. Depois ao assistir as várias apresentações no Multipalco Petrobrás prestigiando os cantores e as bandas riograndinas.
O largo denonimado  "Casarão" também recebeu outras bandas, inclusive a Banda argentina "Consciência Já!" com seus doze jovens artistas, que além das boas músicas, alegram o público com os malabarismos e as brincadeiras. Agora temos os dez dias da Feira do Livro da FURG (Fundação Universidade Federal do Rio Grande) que levam para o palco artistas famosos como Renato Borghetti e a Banda de Blues do Gambona. Ambos deram um show com várias músicas de autoria própria e de clássicos do gênero.
As casas noturnas, os bares e a SAC (clube social do Cassino) recebem também muitos músicos. 
Os blocos carnavalescos já estão ensaiando com entusiasmo. Neste ano vão priorizar o balneário e transferir para o mês de março o carnaval (fora de época) no centro da cidade. Uma inovação para fugir da concorrência com as folias de Momo à moda antiga, típicas de nossa praia.
Além do som das ondas, outros bons sons ainda vão tocar muito por aqui até chegar a "15ª Festa do Mar" de 27 de março a 7 de abril.


Orquestra-Escola Cidade do Rio Grande

Show tradicionalista no Multipalco
                                          

Banda argentina "Consciência Já!"

Show de blues com Gambona & Ale Ravanello

Banda ROSSINI (122 anos)
E sempre forte, o som das águas do mar
 na Praia do Cassino
                                          

domingo, 27 de janeiro de 2013

Infelizmente

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/01/130128_causas_tragedia_incendio_santa_maria_especialistas_lgb.shtml
Mais uma tragédia. Desta vez, na cidade de Santa Maria-RS. 

Que esta imensa tristeza sirva de muita reflexão e de ações responsáveis.

Se não tivesse ocorrido esta tragédia, 
se o sinalizador não tivesse incendiado a casa,
se os extintores não falhassem 
se nada disso tivesse acontecido...


Somos todos culpados quando negligenciamos

Quando nos omitimos diante das irregularidades,
da falta de prevenção, dos atos impulsivos.
Dos pequenos aos grandes. E aí, dá nisso! 
É preciso fazer tudo para evitar.
Evitar a tristeza, evitar.

     
 Que DEUS esteja junto de todos neste momento tão difícil.                                          

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Vizinhos , bem-vindos

Uvas gostosas da casa dos nossos vizinhos
Nos dias atuais é normal não conhecermos mais nossos vizinhos. A vida tornou-se tão corrida que as pessoas saem de suas casas para o trabalho e a maioria só volta ao anoitecer. Aos fins de semana, geralmente vão passear com a família ou ficam descansando dentro de casa, assistindo a televisão ou ocupadas com outras tarefas. Isso nos distancia do contato com os vizinhos.
Aqui, no balneário do Cassino, isso não é diferente, mas por ser um local de praia, que propicia o descanso e tem sido refúgio de moradia para quem gosta de apreciar a natureza, então também  desfruta-se do bom e cordial relacionamento com a vizinhança.
Sabe aquele "Bom dia!" , a troca de mudas de plantas, um presente no Natal, a gentileza do corte de grama, o empréstimo de uma ferramenta, o aviso de que uma porta está aberta e uma sacola com frutas da estação penduradas no portão de casa? É, por aqui, ainda se vê isso.
Sou daquele tempo em que vizinhos eram amigos pra toda vida. Que vizinhos tinham as chaves de ambas as casas e que sabiam todos a história de cada família. Quando alguém adoecia eram os vizinhos que nos ajudavam no hospital, que cuidavam das crianças, que "quebravam todos os galhos".
Pois aqui temos um vizinho que há mais de 15 anos tem enorme prazer em manter nossa grama aparada junto com a dele. Outro que gosta de plantar árvores frutíferas e nos presenteia com frutas doces e recém apanhadas do pé. Um idoso que passa diariamente na sua bicicleta, do qual nunca tivemos oportunidade de conversar mas que faz questão de cumprimentar-nos com  seu "Bom-dia" ou "Boa-tarde!".
Já plantamos mudas dadas por vizinhos como também já emprestamos e pedimos ferramentas, cuidamos casas na ausência dos donos, doamos jornais para a higienização dos cachorros, etc.
São trocas de gentilezas que aproximam as pessoas e que fortalecem as antigas amizades entre vizinhos. 
Pena que isso é tão difícil na cidade. Pena, mesmo!

sábado, 19 de janeiro de 2013

É bonita



Hoje fomos à praia. Lá se encontram muitos veranistas e cada um, evidentemente, com a sua personalidade.
Nós estávamos sentados, tomando chimarrão quando nos chamou a atenção uma senhora com os cabelos brancos com matizes cinza-azuladas, óculos escuros e grandes,  uma canga azul sobre os ombros e que ao vento mostrava o seu maiô, enfim uma idosa bem elegante.
Momentos depois notamos que ela alongava seu corpo com vários exercícios de braços e pernas. Depois calmamente fumou seu cigarro com piteira.
Mais tarde, surpreendeu-nos dançando discreta e sorridente acompanhando o som do carro. Foi, inclusive, filmada pelo casal que a acompanhava.
Sua avançada idade não lhe impediu de ter um bom astral, de ser vaidosa e nem a fez ter vergonha de ser feliz.
Admiro pessoas assim: positivas, exalando alegria e disposição. Para elas, a música do Gonzaguinha representaria bem: É a vida, é bonita, e é bonita!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Superações

As pessoas tem suas habilidades e suas dificuldades. Eu já fui sincera e revelei, aqui, minhas dificuldades na arte culinária. Hoje retorno ao tema porque ao nos sentimos motivados é possível superá-las. 
As grandes superações são manifestações incontentáveis de uma força interior e dignas de aplausos, contudo as pequenas superações tem para nós, também, seu valor.
Neste início de ano tenho me surpreendido com minhas pequenas "superações culinárias" e com  o prazer em dedicar-me a elas. 
Sempre fui do tipo de pessoa que comigo a massa não crescia, as claras não batiam bem nem com batedeira...por fim, eu desistia. Mas nesse verão de 2013 estou praticando intensamente (por vontade  própria) a arte culinária. E não é que tenho melhorado!
Os meus motivos são o tempo de férias, a época de receber mais visitas, os elogios da família, a vontade de abandonar os restaurantes e de nos deliciarmos com a boa comida caseira e a disposição para executar as receitas guardadas.
Para quem está acostumado com uma boa cozinheira isso é normal, mas aqui em casa isso é algo inédito.
Estou só esperando a safra do camarão ser liberada para acrescentá-lo aos novos pratos. Por enquanto ensaio umas comidinhas e, principalmente, as tortas e pães.
Já estou até pensando em colocar uma placa: "Padaria da Maria". Que exagero!   


Pão integral
Pão recheado com presunto e queijo
Pão preto      


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Estar com crianças



O raciocínio infantil é surpreendente e muito interessante é observá-lo. Tive muitos anos para isso ao trabalhar com crianças e agora volto a esse aprendizado com meu neto.
Aos dois anos de idade ele nos surpreende como outras tantas nesta faixa etária.
Ao descobrir novas palavras, ao tentar dizê-las da maneira que entende, interpretando fatos ou então simplesmente respondendo ao que é solicitado.
As crianças são uma companhia maravilhosa. Não importa como se encontra, você consegue sorrir naturalmente estando com elas, porque a percepção de mundo a partir do ângulo infantil é algo fantástico.
Lembro que minha filha, quando pequena, insistia na palavra FURACO, algo como um furo+buraco.
Já o filho de uma amiga defendia a palavra FOMINTO (tradução:faminto) como sendo perfeita para caracterizar alguém com muita fome. É de se pensar sobre isso.
Uma vez pedi a uma aluna que entregasse umas folhas com desenhos aos coleguinhas. De repente alertou-me que precisou parar porque SOBROU GENTE, referindo-se a falta de mais papéis.
O Papai Noel é um grande mágico para as crianças, que na dúvida preferem pedir seus presentes a ele do que arriscar com os pais.
Bom, quem puder tire um tempo para estar com esses anjos. Eles são poderosos!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013


  Oração para não ficar Rabugento!

Descrição: Descrição: 2.2735705028@web161405.mail.bf1.yahoo.com
Senhor, tu sabes melhor que eu, que estou envelhecendo a cada dia. 
 
Sendo assim, Senhor, livra-me da tolice de achar que devo dizer algo, em toda e qualquer ocasião.  

Livra-me, também, Senhor, deste desejo enorme que tenho de querer por ordem na vida dos outros. 

Ensina-me a pensar nos outros e a ajudá-los,sem jamais me impor sobre eles, mesmo considerando com modéstia a sabedoria que acumulei e que penso ser uma lástima não passar adiante.

Tu sabes, Senhor, que desejo preservar alguns amigos e uma boa relação com os filhos, e que só preservamos os amigos e os filhos quando não nos intrometemos na vida deles.

Livra-me também, Senhor, da tolice de querer contar tudo com detalhes e minúcias, e dê asas à minha imaginação para voar diretamente ao ponto que interessa.

Não me permita falar mal de ninguém. Ensina-me a fazer silêncio sobre minhas dores e doenças. Elas estão aumentando, e, com isso, a vontade de descrevê-las vai crescendo a cada ano que passa. 
Não ouso pedir o dom de ouvir com alegria a descrição das doenças alheias; seria pedir muito.
 Mas, ensina-me, Senhor, a ouvi-las com paciência.
Ensina-me, Senhor, a “maravilhosa sabedoria” de saber que posso estar errado em algumas ocasiões.Já descobri que pessoas que acertam sempre são maçantes e desagradáveis.

Mas, sobretudo, Senhor, nesta prece de envelhecimento, peço: mantenha-me o mais amável possível.
 Livrai-me de ser santo... É muito difícil conviver com santos! Mas, um velho rabugento, Senhor, é obra-prima do capeta!! Poupe-me, por misericórdia...e proteja-me contra os mal-intencionados...
Que assim seja! Amem


 Obs: Recebi de uma amiga via e-mail e achei reflexivo. Infelizmente, desconheço a autoria.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

20ª Supermaratona Cidade do Rio Grande




Será em 3 de março de 2013!
Aos interessados este é o link do Jornal AGORA com mais informações.
http://www.jornalagora.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?e=2&n=38035

sábado, 5 de janeiro de 2013

Menos, por favor!

                                                                       

Estou escrevendo naquele horário da sesta, uma tarde de sábado sombrio com jeito e previsão de chuva, ideal para quem gosta de descansar da semana de trabalho. Da minha sala, ouço com clareza (mesmo sem querer) a conversa de duas mulheres que estão sentadas próximas uma da outra no jardim da casa vizinha e distante daqui uns 30 metros. Elas já conversaram sobre política, viagens, família, de outras amigas, etc. Nós somos obrigados a ouvir seus comentários porque falam em tom muito alto.
Comecei a lembrar de outras pessoas que conheço e que falam sempre neste mesmo tom. Elas podem estar muito alegres, brabas, ansiosas, enfim não importa, porque o tom é sempre o mesmo. 
Não se trata do timbre de voz, pois uma delas tem uma voz péssima e grita como alguém desesperado (acho que por atenção!). No seu lugar, eu diminuiria o tom para não ter tanto atrito sonoro. 
Outro exemplo foi numa manhã, um pessoal chegou na praia com o som do carro a toda altura tocando o famoso tum-tum-tum do qual não se consegue entender nada da suposta música. Existe um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público que proíbe esse exagero e por aqui quando autuados os motoristas são multados, mas enquanto não chegar o policial nada acontece. Nesta ocasião presenciei um senhor indignado, retirando-se da praia por causa do volume excessivo. As mulheres que estavam no carro, ao mesmo tempo, davam risadas, se achando com razão de desfrutar o som ao seu gosto. http://www.calameo.com/read/00033797545c585d560fe
Outro evento ocorreu na avenida principal do nosso balneário, soube que um casal reclamou por meio de ato jurídico do som alto de dois músicos que tocavam à noite e promoviam um baile na praça, em frente à igreja. Nesse caso acho que não foi somente pelo volume mas inclusive pelo repertório que, embora bom, era restrito e se repetia há dois anos.  Depois de um abaixo-assinado parece que entraram em acordo: tocar mais baixo e até às 22 h.
Foto: Divulgação
No transporte coletivo, por exigência de lei municipal já se respeita os outros usuários, assim  aqueles que gostam de escutar música durante o trajeto usam seus fones de ouvido. 
Resumindo, não se trata de querer só o silêncio, mas é muito chato e incomodo ouvir a conversa dos outros por muitas horas, ouvir músicas que não se aprecia por muito tempo. Há pessoas que precisam se ligar que os outros não tem opção de escolha numa situação dessas e que falar baixo é legal e elegante, manter uma certa descrição melhor ainda. 
Meu desejo, sinceramente, seria colocá-las em posição oposta para que percebessem na "pele" (ou nos ouvidos) o que os outros reclamam. Mal comparando é como aquele mosquito enjoado nos nossos ouvidos.
Bom senso, por gentileza!