"Caso o cotidiano lhe pareça pobre, não reclame dele,

reclame de si mesmo que não é poeta o bastante

para evocar as suas riquezas."


Rainer Maria Rilke

Cartas a um jovem poeta.Porto Alegre: L&PM,2006.p.26




sábado, 5 de janeiro de 2013

Menos, por favor!

                                                                       

Estou escrevendo naquele horário da sesta, uma tarde de sábado sombrio com jeito e previsão de chuva, ideal para quem gosta de descansar da semana de trabalho. Da minha sala, ouço com clareza (mesmo sem querer) a conversa de duas mulheres que estão sentadas próximas uma da outra no jardim da casa vizinha e distante daqui uns 30 metros. Elas já conversaram sobre política, viagens, família, de outras amigas, etc. Nós somos obrigados a ouvir seus comentários porque falam em tom muito alto.
Comecei a lembrar de outras pessoas que conheço e que falam sempre neste mesmo tom. Elas podem estar muito alegres, brabas, ansiosas, enfim não importa, porque o tom é sempre o mesmo. 
Não se trata do timbre de voz, pois uma delas tem uma voz péssima e grita como alguém desesperado (acho que por atenção!). No seu lugar, eu diminuiria o tom para não ter tanto atrito sonoro. 
Outro exemplo foi numa manhã, um pessoal chegou na praia com o som do carro a toda altura tocando o famoso tum-tum-tum do qual não se consegue entender nada da suposta música. Existe um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público que proíbe esse exagero e por aqui quando autuados os motoristas são multados, mas enquanto não chegar o policial nada acontece. Nesta ocasião presenciei um senhor indignado, retirando-se da praia por causa do volume excessivo. As mulheres que estavam no carro, ao mesmo tempo, davam risadas, se achando com razão de desfrutar o som ao seu gosto. http://www.calameo.com/read/00033797545c585d560fe
Outro evento ocorreu na avenida principal do nosso balneário, soube que um casal reclamou por meio de ato jurídico do som alto de dois músicos que tocavam à noite e promoviam um baile na praça, em frente à igreja. Nesse caso acho que não foi somente pelo volume mas inclusive pelo repertório que, embora bom, era restrito e se repetia há dois anos.  Depois de um abaixo-assinado parece que entraram em acordo: tocar mais baixo e até às 22 h.
Foto: Divulgação
No transporte coletivo, por exigência de lei municipal já se respeita os outros usuários, assim  aqueles que gostam de escutar música durante o trajeto usam seus fones de ouvido. 
Resumindo, não se trata de querer só o silêncio, mas é muito chato e incomodo ouvir a conversa dos outros por muitas horas, ouvir músicas que não se aprecia por muito tempo. Há pessoas que precisam se ligar que os outros não tem opção de escolha numa situação dessas e que falar baixo é legal e elegante, manter uma certa descrição melhor ainda. 
Meu desejo, sinceramente, seria colocá-las em posição oposta para que percebessem na "pele" (ou nos ouvidos) o que os outros reclamam. Mal comparando é como aquele mosquito enjoado nos nossos ouvidos.
Bom senso, por gentileza!


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