"Caso o cotidiano lhe pareça pobre, não reclame dele,

reclame de si mesmo que não é poeta o bastante

para evocar as suas riquezas."


Rainer Maria Rilke

Cartas a um jovem poeta.Porto Alegre: L&PM,2006.p.26




sexta-feira, 27 de abril de 2012

Alpinismo forçado

Imagem ilustrativa: Monte Vsevidof,no Alasca (Wikimedia Commons)


Quem disse que não praticamos o alpinismo? Nossa vida assemelha-se a aventura do alpinista:  iniciamos na infância, lá na planície e aos poucos, vamos subindo a montanha. Ela parece ser alta e difícil de ser escalada, mas é desafiadora. Nesse percurso há quem prefira andar sozinho e os que preferem subir em grupo. Em certos momentos escorregamos, tropeçamos, mas enfim aos "trancos e barrancos", um dia, chegamos ao topo da montanha. Que experiência! Seria assim aquele momento da vida que já alcançamos uma estabilidade geral no âmbito pessoal e profissional. Esse pico não está na mesma altura para todos. Uns escalam uma montanha muito alta e grande, outros preferem montanhas menores. Isso não importa, até que chegue o momento de se preparar para a descida. Uns descem vagarosamente, ainda admirando a paisagem. outros, ao contrário, quase se atiram em queda livre.
 A única e certa diferença do alpinismo como esporte é que na descida essa escolha já não é mais pessoal. Talvez tenhamos que descer sozinhos. As pernas, os braços, os olhos já não tem mais a mesma precisão. Se a memória  não falhar, podemos usufruir dela nostalgicamente ou simplesmente, para desviar de algumas pedras no caminho.
Todos nós, pelo menos, chegamos ao NOSSO pico mais alto. O difícil é admitir que, um dia, teremos que obrigatoriamente, descer.

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