A pressa é um atropelamento anunciado. Em muitas ocasiões ao resolver tudo com tamanha rapidez o que seria simples torna-se, no mínimo, uma tremenda confusão.
Não sei se isso acontece com todo mundo, mas comigo é frequente: vou passar por uma porta e minha roupa fica presa no trinco. Neste momento sempre interpreto o fato como um "sinal de alerta"- estou muito agitada e devo me controlar.
Sofrer por antecipação é característico do excesso de ansiedade. Antes que algo aconteça a gente já enxergou todas as etapas e finais, que inclusive são sempre dramáticos. É como se tivéssemos uma bola de cristal que nos mostrasse todas as previsões e para evitar os desastres planejamos mil estratégias. Todas frustradas quando percebemos que nada daquilo aconteceu.
Os desfechos geralmente são bem mais simples e nos mostram o quanto impotentes somos diante da vida e suas surpresas.
O que não foi possível fazer hoje, mesmo com todo o empenho, é porque será desnecessário amanhã. As coisas acontecem nas horas certas e não adianta antecipar os ponteiros no relógio. Mais dia, menos dia as perguntas ganham respostas, as portas se abrem e os horizontes se tornam visíveis.
Um exemplo fácil é a previsão meteorológica - um poço para a ansiedade. Segundo ela, sempre virá muito vento ou intensas chuvas ou então um dia de calor insuportável. A previsão nunca se limita em avisar que basta você levar um casaco ou carregar um guarda-chuva. Tem que ter aquela assustadora ameaça. Os avisos de tempestades poderiam se restringir aos casos realmente alarmantes.
E são essas e outras situações que nos levam a antecipar os acontecimentos e sofrer mais do que o necessário
Aprender a ter mais calma, cultivar a paciência é um presente que podemos nos ofertar diariamente e aos outros, por consequência.