"Caso o cotidiano lhe pareça pobre, não reclame dele,

reclame de si mesmo que não é poeta o bastante

para evocar as suas riquezas."


Rainer Maria Rilke

Cartas a um jovem poeta.Porto Alegre: L&PM,2006.p.26




quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

FIDELIDADE


BOBÃO, o mais novo fiel.
Fidelidade é uma qualidade que nós, humanos, devíamos exercitar com os cães. É impressionante como um cachorro prima por ser fiel a seu dono independente das circunstâncias. A todo momento vêmo-os andando soltos ao lado do dono, mas sempre voltando-se para ele. Ou então correndo ofegantes atrás do carro em que o insensível dono dirige a toda velocidade.
Nós, aqui em casa, já tivemos um cão-amigo, o Gordo, que de obeso não tinha nada. Ganhou esse nome quando era pequeninho porque parecia uma bolinha de gordura. Andava por todas as ruas do balneário, mas voltava sempre na hora certa, para desempenhar o cargo de porteiro.  Não tinha raça definida, mas era um cão de guarda dedicado.
Por um tempo acompanhou meu filho quando ele deu o grito de liberdade e resolveu morar sozinho. Era com sua companhia que ele e eu, como mãe, confiava e contava.
Por duas vezes, o Gordo me deixou em situação embaraçosa, mas ao mesmo tempo super orgulhosa do cão que nós tínhamos. A primeira vez  foi quando ao subir no ônibus, ele, sem qualquer constrangimento, subiu junto e não queria sair, foi necessário que eu ordenasse e o motorista interferisse. Outra vez ele, para minha surpresa e temor, saiu correndo desesperado querendo alcançar o ônibus no meio do trânsito. Ainda bem que desistiu umas quadras dali.
Agora temos o pequeno Bono, pretinho e peludo e que se acha um tremendo segurança. Dá sinal latindo a qualquer fato ou barulho estranho e colabora para por a ordem no "galinheiro" impedindo o outro cãozinho Milk ou o gato Bobinho de entrarem para dentro de casa ou fugirem.
Na nossa quadra apareceu outro cão de rua: o "Bobão" que faz festa para todo mundo, mas ninguém se declara seu dono, embora ele esteja disposto a se entregar de corpo e alma a qualquer um. Assim também reparei em outro cãozinho solto na avenida que acompanhava faceiro cada pessoa que passava se oferecendo, mas em troca ganhava um bom "espanta cachorro". Insistente logo, em seguida, procurava outra pessoa para assediar. 
Hoje encontrei um bonito cão peludo que desfilava garboso com um cartaz enorme pendurado no pescoço e uma guia longa presa a  mão de uma menina. No cartaz dizia: Estou pronto para ser doado!
Daí pensei: "Fidelidade não se doa, é benção que se recebe."

4 comentários:

  1. Estes realmente são nossos companheiros, parceiros e amigos. Cada vez que vejo na rua um cachorro para ser doado logo da vontade de pegar mais já temos dois e um gato. Os quais já nos dão algum trabalho e não consigo como antigamente cuida-los então fica só na vontade.

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