CINQUENTONA

Foto: M. Sartori

Atingi os 50 anos. Para os jovens,sou a coroa. Para meus amigos, somente a "Maria", para meu netinho: a vovó, para meus ex-alunos: aquela professora- a "tia do jardim". Para meus pais seria: a  filha na flor da idade.(Afinal comparando ao meu pai que partiu com seus 101 anos e 5 meses, vividos intensamente.Estou recém na metade do caminho dele.)

Como se percebe o tempo é relativo e a associação decorrente dele depende do ponto de referência.A única coisa realmente certa é que ao chegar aos 50, a gente pode se dar ao luxo de olhar para trás e ver tudo o que fez e o que deixou de fazer, mirar o horizonte e ver que ainda teria vários caminhos se aventureira fosse, mas dá uma vontade de sentar debaixo da árvore e só assistir o canto dos pássaros. Ah! Dá sim, mas para não perder a caminhada (como se diz) e nem errar o caminho, vou me dar o direito de seguir em frente, trabalhar sem exaustão, dormir quando der sono, acordar cedo, aproveitar bem o dia, divertir-me a meu modo, andar de mãos dadas com meu marido, visitar meus filhos, correr atrás do meu neto, ler o que me interessa, observar melhor tudo que antes não dava tempo, afinal já corri bastante e agora, sou como uma tartaruga, não tenho pressa.