"Caso o cotidiano lhe pareça pobre, não reclame dele,

reclame de si mesmo que não é poeta o bastante

para evocar as suas riquezas."


Rainer Maria Rilke

Cartas a um jovem poeta.Porto Alegre: L&PM,2006.p.26




domingo, 19 de janeiro de 2014

Estágio preparatório

De acordo com a reportagem do Jornal Agora, a oficial Adriana Azevedo do Amaral da 1ª zona de registro civil de Rio Grande, declarou que em 2013 houve um aumento de 11% no número de casamentos e 13% de divórcios em relação ao ano anterior. (Edição de 18/jan/2014, Caderno "Mulher Interativa",p.4 e 5)
A partir desta estatística em estabelecer um contrato e posteriormente desfazê-lo ( casar. juridicamente,  é um contrato legal) chega-se a conclusão que não há a seriedade necessária à ação. A lei por si, de antemão, não leva fé nas decisões tomadas a medida que permite às pessoas que se casem num dia e, se for o caso. divorciem-se no outro.

Há um tempo atrás, os casais de namorados ou noivos não viviam juntos, porque julgava-se imoral perante a sociedade. Então as pessoas namoravam por um longo tempo, depois noivavam para dar uma sentido mais sério à relação e também iniciar um projeto de casamento (enxoval, casa, móveis, festa,etc.) Por fim casavam-se e, bem ou mal, ficavam juntos por muitos anos, exceto em casos graves como violência, infidelidade ou outros problemas. Os filhos eram sempre priorizados e, naquela época, sustentavam muitos casamentos ou eram a razão de tolerância. Os casais tentavam viver juntos, vencer as dificuldades e construir uma família.
O compromisso firmado era a bandeira erguida até a última tentativa.
Hoje com a liberdade das pessoas para viverem juntas sem qualquer preconceito social e sendo uma experiência capaz de medir se o relacionamento vai ser realmente positivo para ambos, por que não existe um prazo mínimo para firmar um contrato de casamento?
A pressa, naquele tempo, existia porque a "noiva" estava grávida ou o "noivo" pretendia sumir. Agora esses motivos foram superados, não há razão para forçar uma situação. Sem contar as despesas com a burocracia do casamento, depois do divórcio e a separação de bens entre as partes.
Além disso, há a conta paga no "emocional e psicológico" dos filhos gerados a partir do casamento que se desfez.
Imagine passarmos a vida desfazendo todos os contratos sociais, na busca da perfeição que não existe. 
Não seria mais "legal" ter um tempo mínimo de convivência a dois para mais adiante oficializar o casamento? Talvez assim esse índice de divórcios e enganos diminuísse bastante. A não ser que as pessoas queiram passar a vida trabalhando para patrocinar cartórios e advogados.




Um comentário:

  1. As pessoas negam que não querem casar, mas no fundo todo mundo quer ir ao altar na hora do SIM.

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