"Caso o cotidiano lhe pareça pobre, não reclame dele,

reclame de si mesmo que não é poeta o bastante

para evocar as suas riquezas."


Rainer Maria Rilke

Cartas a um jovem poeta.Porto Alegre: L&PM,2006.p.26




quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Quase igual

Aconteceu conosco um fato bem parecido com esse do vídeo abaixo. Meu marido teve que solenemente pedir ao meu pai para namorar comigo. Não somos tão velhos assim, mas acontece que eu era filha única de pais nascidos em 1908 e 1925, logo ele  não dava a mim a mesma liberdade que tinham as minhas amigas com pais jovens. A minha mãe até concordava, mas era ele que autorizava as decisões mais sérias.
Assim que o Paulo, meu marido, com 25 anos teve que se justificar perante o velho Cabral, porque estava "rondando" com tanta insistência. E eu ,aos 16 anos, fui obrigada a seguir as regras rígidas para namorar.
Tinhamos dia e horário certo para namorar. Lembro que eram às terças, quintas, sábados e domingos das 20h às 22h no sofá da sala, muitas vezes acompanhados pelos meus pais e mais a programação da tv.
Ao chegar a hora de encerrar o namoro se o Paulo se demorasse, meu pai tossia e desligava a televisão como forma de aviso. A despedida era na frente da casa sem muita demora. Os demais dias só nos víamos na entrada da escola.
Sair sozinha de moto ou carro, nem pensar!
Fomos a algumas discotecas e bailes de carnaval no clube, mas sempre acompanhados.
As minhas amigas já saiam sozinhas com os namorados, mas eu não podia.
Assim é que em 2 anos estávamos casando. Afinal quem aguentaria tanta pressão?
Hoje são belas lembranças, continuamos juntos desde 1977, há 39 anos e muito felizes.


Obs: Compartilhado do Facebook página "Papo 10- Amor verdadeiro" como ilustração ao tema do post.

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