Passar o Natal com uma criança pequena nos faz relembrar a nossa infância. A minha ocorreu entre os anos 60 a 70, numa família pequena, éramos três: meus pais e eu. A celebração sempre em casa se resumia a alguns enfeites natalinos, sem árvore nem presépio e uma mesa com gostoso pão de ló feito em casa, sanduíches de presunto e queijo, nozes, castanhas portuguesas, doces cristalizados e guaraná. Enquanto eu brincava, ouvia meus pais também relembrarem seus natais pobres com certa nostalgia. Naquele tempo eram poucos os fogos de artifícios, as músicas e raras as luzinhas coloridas nas lojas da cidade. A ideia de Papai Noel vinha das figuras ilustrativas e muito mais da imaginação. Uma única vez, vi um na frente de uma loja. E nem gostei muito.
Na noite silenciosa de 24 de dezembro, eu ia pra cama cedo para esperar a chegada do velhinho. Ficava um bom tempo acordada olhando para a luz da porta entreaberta e tentando compreender como dava tempo de ir em todas as casas das crianças. A ansiedade era vencida pelo sono e ela que me fazia despertar no meio da madrugada para ver o presente ao lado da cama. Era certeiro. Apenas um presente, mas o desejado. A escolha era feita entre conversas com meus pais dias antes e sem grandes pretensões. Presentes caros era privilégio de crianças de famílias "ricas" e ponto final. Não me revoltava nem me atrevia a desejos inatingíveis. As crianças eram assim, aceitavam o que estava dentro das "suas posses". Eu nem posso reclamar, fiquei sempre satisfeita com o que ganhei.
Na noite silenciosa de 24 de dezembro, eu ia pra cama cedo para esperar a chegada do velhinho. Ficava um bom tempo acordada olhando para a luz da porta entreaberta e tentando compreender como dava tempo de ir em todas as casas das crianças. A ansiedade era vencida pelo sono e ela que me fazia despertar no meio da madrugada para ver o presente ao lado da cama. Era certeiro. Apenas um presente, mas o desejado. A escolha era feita entre conversas com meus pais dias antes e sem grandes pretensões. Presentes caros era privilégio de crianças de famílias "ricas" e ponto final. Não me revoltava nem me atrevia a desejos inatingíveis. As crianças eram assim, aceitavam o que estava dentro das "suas posses". Eu nem posso reclamar, fiquei sempre satisfeita com o que ganhei.
Tios, amigos ou vizinhos não davam presentes. Era só o Papai Noel e no dia de Natal. Ninguém recebia antes, muito menos depois. Regras são regras.
Não sei quanto tempo acreditei no bom velhinho, mas calculo que durou o tempo da inocência. Ninguém estragava essa crença e todos colaboravam para fluir a imaginação infantil. O que acontecia, às vezes, era os amigos maiores revelarem a verdade aos menores. Uns belos idiotas!! Como fora também uma professora que, em determinado ano, resolveu revelar a verdade aos seus alunos de 6 anos. Pura inveja de um adulto recalcado!
Boneca "Beijoca" aos 8 anos |
Bicicleta aos 9 anos |
Bons tempos aqueles, onde a imaginação predominava e se valorizava o que ganhávamos, pois sabíamos que só daqui a um ano para rever Papai Noel e fazer um novo pedido de presente de Natal.
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