"Caso o cotidiano lhe pareça pobre, não reclame dele,

reclame de si mesmo que não é poeta o bastante

para evocar as suas riquezas."


Rainer Maria Rilke

Cartas a um jovem poeta.Porto Alegre: L&PM,2006.p.26




segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Um pitaco

É incrível como nós temos a capacidade de, sem querer,  atingir desastrosamente as outras pessoas. 
Imagine: o  sujeito está tranquilo, fazendo algo prazeroso para ele, utilizando sua habilidade ou se superando. De repente, a gente chega, dá uma sugestão, adverte ou faz um comentário e consegue tirá-lo de seu estado de elevação. Aquele estado em que não está atrapalhando, incomodando nem prejudicando os outros.
Pronto! Estragamos tudo.
Cada vez mais me convenço que é melhor ficar calado a falar coisas desnecessárias. O silêncio é muito proveitoso e muito mais útil aos demais.
Quantas vezes nos repreendemos:
"Por que não fiquei calado?"

Pena que esquecemos disso logo.
Não sabemos o quanto nossas palavras podem surpreender os outros de uma maneira avassaladora.
Fora isso, ainda noto que nos dias atuais a reação das pessoas a um simples comentário pode ser surpreendente.
Aquele estranho que se chega num grupo com a intenção de agradar e diz coisas alegres, por exemplo,  pode ouvir respostas estúpidas.
Não há, pois, empatia nem gentileza. Todo o cuidado é pouco.
Então, a regra é essa: mesmo estando certo, não dê pitaco! Seja muito cauteloso.