"Caso o cotidiano lhe pareça pobre, não reclame dele,

reclame de si mesmo que não é poeta o bastante

para evocar as suas riquezas."


Rainer Maria Rilke

Cartas a um jovem poeta.Porto Alegre: L&PM,2006.p.26




segunda-feira, 1 de outubro de 2012






Caminhando,  a gente vai longe, mas pedalando, é claro, pode-se ir mais longe ainda. Além do que dá para carregar muitas coisas: água, petiscos, máquina fotográfica e tudo o que necessário for. Sem contar que se for recolher o que está jogado nas ruas é possível montar uma bela coleção de entulhos. Nas nossas pedaladas só trouxemos uma concha da praia como lembrança e um feixe de carqueja-erva medicinal, mas reconhecemos que é um absurdo o que encontramos pelo caminho.
Há coisas jogadas que formariam um enxoval pessoal: camisetas, tênis, calças, casacos, chinelos, bermudas, boné, etc. Se a pessoa não tiver o que vestir, monta um guarda-roupa completo. Sem falar nos móveis para casa: escrivaninha, cadeira, sofá, armário  ...
Na beira da praia então, é um horror. Época de homenagens à Iemanjá tem-se à disposição: sabonetes, perfumes, talcos, além dos arranjos de flores, velas, frutas e doces.As campanhas de conscientização de que o lixo deixado ali além de poluir o meio ambiente ainda mata a fauna marinha não surtem o efeito desejado. As pessoas apreciam a beleza da praia, mas depois deixam suas marcas imundas: garrafas de bebida, sacos plásticos, embalagens de todo o tipo,... até as fraldas descartáveis e  preservativos masculinos.
Outro dia encontramos restos de demolição: tijolos,pisos,azulejos. Já vi num blog uma foto que registrava o abandono de um sofá na beira da praia.
Nos nossos próximos circuitos ciclísticos  pretendo fazer o registro fotográfico de tudo que se encontra descartado por aí. Aguarde e verá.